quarta-feira, 30 de maio de 2012

Todo cuidado é pouco

Por: Lukas Kenji
 
A instalação de acessórios se tornou uma prática bastante comum pelos motoristas. Sensor de estacionamento, estruturas para som mais potente, kits multimídia, enfim, com o aumento da produção dos equipamentos, cresceu também o consumo dos condutores. Mas existe um certo tipo de carro que requer maior cuidado na hora da instalação de aparelhos. São os blindados, por toda a estrutura de proteção que estes veículos têm.

Segundo o engenheiro da FEI (Fundação Educacional Inaciana) Waldemar Colucci, é importante procurar a empresa onde se fez a blindagem, sempre que se quiser instalar um novo aparelho no carro. "O ideal é que se coloque tudo o que deseja antes da blindagem, para não haver qualquer risco de alteração na estrutura do veículo. Se não for possível, é sempre bom procurar orientação especializada antes de mexer no carro".

O mesmo pensa o gerente de negócios da Dupont Armura, Carlos Benetto, que ainda aponta para alguns componentes em que o perigo de danos pode ser maior: "Caixas acústicas na porta dianteira do veículo podem danificar o vidro do carro, podendo gerar riscos permanentes. Não se deve também usar ventosas nos vidros. A pressão imprimida sobre o polímero marca e danifica o vidro. Outro item que não deve ser usado é o insufilme, que prejudica a proteção balística do vidro", detalha.

Benetto afirma ainda que a blindagem se baseia em uma manta que percorre o interior do carro, por isso, a atenção deve ser redobrada com ela. Se depois de instalar algum acessório, perceber qualquer tipo de dano nesta estrutura, o ideal é levar o carro na empresa onde a blindagem foi feita para que a proteção proporcionada por um blindado não seja perdida.

Crescimento bate recorde, mas...

O mercado de blindagens nunca ficou tão aquecido como no ano passado. De acordo com dados da Abrablin (Associação Brasileira de Blindados), 8.106 veículos receberam a proteção em 2011, contra 7.332 blindagens registradas em 2010. A alta de 10,55% significa recorde do setor.

Além do resultado histórico, o presidente da associação, Christian Conde, comemora a maior procura dos serviços fora do eixo Rio-São Paulo, que ocupa 92% do mercado. "Houve alta no Nordeste, especificamente em Fortaleza e Recife. Isso se dá muito pelo crescimento urbano e consequente violência nestas cidades", explica.

Apesar de feliz com os dados, o presidente ressalta: "Comemorar os resultados não é comemorar a violência, mas sim perceber que mais pessoas estão tendo mais acesso a uma forma eficaz de proteção", afirma.

E se os índices de violência abaixarem, o mercado de blindagens sofreria com isso? Para Conde, a resposta é não. Ele acredita que as pessoas demoram a sentir os efeitos baseando-se por índices. "Além disso, é difícil que elas se baseiem por estatísticas, mas sim por relatos de familiares e amigos".

CONTRAPONTO

Para Conde, outro fator que contribui diretamente no mercado de blindagens é o desempenho do setor de veículos importados, que são a maioria dos carros protegidos. Exatamente por conta disso, o executivo está temeroso com os números de 2012. "Já percebemos uma queda nos serviços. Isso aconteceu porque muitas pessoas correram para comprar importados no final do ano passado, antes do aumento do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados). Ao mesmo passo que isto contribuiu com o recorde que atingimos, pode desacelerar o desempenho deste ano", conclui o presidente.

...blindagem só atinge poucos

Ter a sensação de proteção dentro de um carro não é fácil. Os olhos arregalados, sempre atentos, procuram possíveis ameaças em um trânsito passível de violência. Desta forma, quem não gostaria de ter um carro blindado? O problema é que essa proteção é acessível para poucos.

De acordo com dados da Abrablin, o valor médio para blindar um carro chega a mais de R$ 47 mil para o nível mais eficiente de proteção. Segundo o presidente da entidade, Christian Conde, o valor ainda é alto, mas foi bastante depreciado se comparado há alguns anos, quando o serviço custava bagatelas de US$ 80 mil.

Ainda segundo Conde, o Brasil é o polo mundial da blindagem para aplicação civil, e conta com uma frota de mais de 100 mil veículos blindados. Na aplicação militar, a liderança é dos Estados Unidos.

O engenheiro da FEI Waldemar Colucci não acredita que a sensação de segurança proporcionada por um carro blindado vai ser acessível a todos. "Há a possibilidade de a demanda aumentar e, com isso, os preços também melhorarem, mas o processo sempre vai ser caro. Isso acontece porque os materiais usados são cada vez mais aperfeiçoados, aumentando também o custo de produção."

Para o executivo da Abrablin, uma alternativa a ser considerada é comprar blindados já usados. "O preço tem uma boa queda porque há depreciação do valor do carro e da blindagem."

Fonte: dgabc.com.br

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